31 de julho de 2008

África aos olhos de Deus

Chegaste confusa
Da solidão que te circundava
Das cores do fim da tarde
Na linha de caminho de ferro
Que seguias a pé

O comboio tinha-te deixado ali
No bairro de casas em forma de lata
Nos cheiros humanos do suor
E a areia do deserto

Andaste trinta mil metros
Sem um sorriso
Sem uma palavra
Inquieta na forma como Deus
Olharia aquela terra de África

A paisagem tinha tonalidades de um azul doirado
Aquele bairro um preto de morte
Pedaço de gente

E a esperança que cores teria?
O castanho da terra em liberdade
Ou o cinzento dos condenados?

2 comentários:

sepreciosa disse...

ola, deixei.te um comentário há uns tempos. continuo a passar por aqui todos os dias, porque simplesmente adoro aquilo que escreves. e há algumas coisas com as quais me identifico. com a devida autorização e identificação da tua parte, seria possível usar alguns excertos do que escreves?

Anónimo disse...

E o teu nome Mariama? Fatu?...fiquei sem saber...

Mas as palavras são para ela...mesmo antes de a encontrares!