29 de julho de 2008

Ainda que volte breve

Ó mãe
Não temas por mim
Não chores a minha ausência
Que a vida ensina-nos a partir
Em busca desta dádiva
De podermos ser mais santos
De nos fazermos presentes
Na vida de outras pessoas
Outras comunidades
Com toda a liberdade

Em tempos tinha medo
Arrepiava-me no escuro da noite
Imaginava-a ausência
Corroía-me a imagem da morte

Agora, um pouco mais livre
Trago a saudade ao peito
Mas também a certeza de um caminho
Que busca a eternidade
Em fulgores, sorrisos e paixão
Que alegria esta
Que sorte poder reinventar passos
Em cada momento
Em cada pessoa

Houve dias em que chorei o pai
Ainda choro
A ausência de um exemplo prático
Mas trago comigo muito mais
O exemplo eterno
O sossego, o silêncio e a confidência

Queria só dizer-te
Obrigado
Ainda que volte breve

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