21 de dezembro de 2010

O menino

Às vezes vejo-o debruçado sobre a cama
Olhando com sorriso de criança a minha preguiça
Fingindo pular sobre mim

Às vezes encontro-o na rua
Brincando contente – como outro menino qualquer
E fico a vê-lo subir às árvores
E chamar velhos rabujentos às pessoas que passam

Às vezes cruzo-me com o menino ao entrar no metro
Entrando por uma porta, saindo por outra, ao mesmo tempo
Mostrando-me que tanto vive a vida das pessoas
Como é o Deus do mistério

Às vezes vem-me dar a mão,
Com medo de morrer na cruz
E seguimos os dois com um silêncio tão forte
Que mais parece uma oração

Às vezes nem preciso de ver o menino
Para saber que ele existe

1 comentário:

. disse...

Muito muito bom!
Gostei mesmo..