15 de maio de 2008



Fascínio


Não acredito no amor à primeira vista

No amor, talvez

Acredito no fascínio


Gosto das pessoas que bebem água

Pelas mãos suadas

Na fonte mais perdida


Gosto de quem caminha introspectivo

No silêncio incómodo da sua alma

Sem fim à vista


Gosto de quem me agarra repentinamente

Só pela euforia


Gosto da mão estendida

À procura do abrigo cúmplice

Dedos enternecidos

Com a pedra mais aguçada


Gosto do olhar comprometido

No abraço pesado

Da chegada


Gosto da incerteza do próximo encontro

Da espontaneidade do fascínio

1 comentário:

Jorge Rosmaninho disse...

"Gosto da incerteza do próximo encontro"

Eu também... asim como gosto de passar por aqui de vez em quando. Parabéns. JR