12 de novembro de 2007


Abandonado ao sonho


Não percebo como aconteceu

Mas um pedaço de mim deu lugar a esta dor

Talvez saudades


Já não sei estar onde estou

Não quero pertencer a quem pertenço

Tudo parece gasto

O sorriso, a noite e o vento

Já não têm cor

São feitos decor


É um rosto perdido entre tantos outros

Que parecem iguais ao chegar

São mãos que acenam por ninguém olhar por elas

São braços que se estendem em confidências

De um abandono

De uma mãe fingindo-se morta

Quem só aprendeu a resistir


O meu sonho não tem contornos

Tem histórias, paisagens e rostos

De cor escura

É um olhar de dentro para fora

Vive comigo o sonho

Mas não é meu


É cheio de simplicidade e beleza

E risco

Pela terra sem nome, virgem

Onde os pássaros não conheço

E a chuva é intensa

Onde as palavras são de agradecimento

Pelos momentos de esperança

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