Embarcar
Passo pela noite
O mundo do meu silêncio
As asas do meu andar
As vozes que entoam entre capas
São choros tão altos
Dos rostos escuros
Que teimam em me inventar
Ninguém os ouve
Nem com o olhar
Um dia em terra seca
Escondidos de quem passa na estrada
Entre danças de uma ‘tabanca’
Deus deu-me a graça de os escutar
Os rostos brancos visíveis
Não sei se não os quero
Vejo-os de passagem
Como um vento sem assobio
E um barco parado na margem
Numa noite escura
Pode ser que a barcaça se faça ao mar
E dos rostos brancos
Memória apenas de embarcar
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