4 de fevereiro de 2010

No dia em que eu morrer

No dia em que eu morrer, mãe,
Não me traga rosas
Não traga o luto ou lágrimas

Traga o cantar da poesia
O nó na garganta, talvez
E um silêncio tão forte
Para ouvir um violino a tocar a sós

Quando ao entardecer chegar ao cemitério,
O coveiro já a cuspir nas mãos,
Elogie a vida com os cravos de liberdade
E solte um cavalo, mãe,
Deixe-o, por mim, correr como um louco.

No dia em que eu morrer, mãe,
Tire um tempo para se sentar ao relento da noite,
E sinta o vento, também já meu,
Como entendimento.

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