26 de outubro de 2008


A memória do espontâneo


Não gosto da memória

É uma velha enlouquecida

Prisioneira de um castelo em ruínas

Onde tudo o que vive é fugitivo


Gosto da espontaneidade

O único traço da liberdade

Que não espera o tempo

Inexistente

Que não vitimiza a saudade

Do momento


A espontaneidade exige a extravagância

Do desconhecido

Para o perfeito da situação

No imperfeito da eternidade


Amo o sonho do que poderá nunca existir

1 comentário:

Anónimo disse...

E há situações perfeitas?
Ou são puras ilusões?
A eternidade, no tempo efémero, não pode caminhar para a perfeição?
Critérios ambíguos. E o mundo não tomba.
Porque não o improviso? Também ele extravagante, ramo da liberdade, uma espontaneidade vivida?
A memória, faz de nós quem somos, ainda que em ruínas.. o castelo que cada um é capaz de construir, e que espaço à loucura...

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