20 de junho de 2008


Sul


Não fiques aí muda

Mãos paradas

Ergue os braços nessa luta imponente

Olha-me com a ternura de quem parte

E vai estrada fora


Não leves nada

Não temas o que não tens

Caminha apenas com o entusiasmo

Do sul

Sente o cheiro, a cor da humidade

O quente da terra que pisas

E a dança dos corpos nus


Irei para outras paragens

De um cinzento forte

Onde o mar abraça a terra desfraldada

Onde a esperança nunca há-de morrer

Porque a vida é para quem a sabe sorrir


Um dia

Corpos exaustos

Sentados nos buracos do chão

Havemos de contar as histórias

Da nossa paixão

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