És talvez um lápis embriagado
Que se desenha a si próprio
Ou uma borracha insaciável
Que se apaga em imperfeição
Tens um rosto
Que não se reconcilia com o corpo
E mãos que se rasgam como folhas de papel
Tens ombros presos por cordas
E braços que se desfiam num furacão
Mas os teus pensamentos
Desnudam-se como o vento da serra
E em cada sentido
Devolves o mar
E assim, és em mim o nevoeiro insaciável
Da solidão que temo encontrar
E uma réstia de esperança
De amar