9 de maio de 2010

A rota dos desconhecidos

Quando pensas voltar?
Perguntavas com inocência.

E eu, no tempo que restava,
Respondia-te, às vezes até com indiferença,
Que um dia haveríamos de nos cruzar.

Não te vou contar a solidão que me resta,
A rota dos desconhecidos,
Em que todos falam
Para se calar.

Às vezes, é-se apenas apanhado no processo,
Sem acusação.
E, nesse caso, restam apenas fugazes elogios
Às sinopses da memória.

Quando chegas?
Perguntavas com voz ansiosa.

E eu prolongava o silêncio,
Sem o pesar.

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