25 de fevereiro de 2012

Distância

Será que nunca soubeste onde dói?
Será que nunca cansaste de esperar,
A aurora que não chega,
O olhar que não cruza,
As ondas do mar?

Será que não sabes chorar,
O passo nu que nada vai encontrar,
A guerra lacónica
Que o corpo não pode apagar?

Será que nunca desejaste
Que a metafísica
Desnudasse o teu corpo
Longínquo do meu
E que amanhã me pudesses acordar?

Quanto tempo mais
Inventarei o teu olhar?