Alentejo
Alguns chamam-te de pátria,
Outros, vasta terra de solidão
Eu não sei como chamar-te, oh terra
Na tua frente humedecem-me as mãos
E uma lágrima percorre todo o meu rosto
Na efémera busca da perfeição
Canto apenas a tua simplicidade
A sóbria dureza do teu trabalho
Que me faz lembrar esses rosto,
Às vezes vagarosos
Outras vezes radiosos
Em que se desenha a tua imensidão
Canto apenas esses filhos teus
Que com os lábios roídos da incerteza
Partiram na certeza de não voltar
Canto apenas a beleza da campina
Que na força da enxada
Viu a sua face em sangue manchada
Para dar expressão à liberdade
Às vezes bastam dois dias, oh terra
Às vezes não chega a vida
Para saber se um dia ainda aí estarás
À espera da minha luta e paz
6 de abril de 2010
4 de abril de 2010
Há coisas que nunca devíamos perder
Havia dias em criança que chorava com tanta força,
Tanta revolta acumulada.
Há coisas que nunca devíamos perder.
Havia dias em que acordava para ir dar beijos à minha mãe,
Deitava-me junto a ela.
Há coisas que nunca devíamos perder.
Havia dias em que me escondia do meu irmão,
No sótão que cheirava a bafio.
Há coisas que nunca devíamos perder.
Havia dias em que saia sozinho de bicicleta,
Fazia o barulho de uma mota.
Há coisas que nunca devíamos perder.
Havia dias em que quase não dormia,
Com o nervoso do jogo do dia seguinte.
Há dias que não devíamos perder.
Havia dias em criança que chorava com tanta força,
Tanta revolta acumulada.
Há coisas que nunca devíamos perder.
Havia dias em que acordava para ir dar beijos à minha mãe,
Deitava-me junto a ela.
Há coisas que nunca devíamos perder.
Havia dias em que me escondia do meu irmão,
No sótão que cheirava a bafio.
Há coisas que nunca devíamos perder.
Havia dias em que saia sozinho de bicicleta,
Fazia o barulho de uma mota.
Há coisas que nunca devíamos perder.
Havia dias em que quase não dormia,
Com o nervoso do jogo do dia seguinte.
Há dias que não devíamos perder.
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