O nosso castanheiro
Podei o nosso castanheiro
Como quem corta os dias da nossa vida, Constança
Pontapeei os ouriços perdidos - os espinhos no pé serão as tuas últimas marcas -
Que o vento do Inverno se encarregaria de levar
Queimei as folhas caídas
Castanhas claras do teu olhar
Deitei-me livre sob o céu descoberto
Sem pensar em nada
Que todas as recordações são nauseabundas
E a saudade um lugar por inventar
Que restará teu
Senão as feridas que a vida - a nossa vida - embruteceu como calos
Manuel Sousa
2 de fevereiro de 2009
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